
Presidente Dilma Rousseff (centro) cumprimenta o papa Francisco no Vaticano, durante encontro com o líder da Igreja Católica
O papa Francisco confirmou que irá ao Brasil para participar da Jornada
Mundial da Juventude, que acontece em julho no Rio de Janeiro, e que,
durante a viagem, fará uma visita a cidade de Aparecida, no interior de
São Paulo. Foi o que disse a presidente Dilma Rousseff, após um
encontro reservado com o pontífice, na manhã desta quarta-feira (20).
A presidente disse que o papa espera um grande público no evento. "A
Igreja, como uma instituição secular, tem no jovem um foco muito grande.
E ele estava me dizendo que espera uma presença grande dos jovens na
medida em que ele é o primeiro papa --ele é o primeiro em várias coisas:
ele é o primeiro Francisco, o primeiro jesuíta, o primeiro
latino-americano, o primeiro argentino--, e ele espera presença massiva
de jovens", afirmou Dilma.
O papa, conforme apontou ela, está "muito entusiasmado" com a visita ao
Brasil. A viagem poderá ser o primeiro compromisso internacional do
papa Francisco, que foi eleito há uma semana para liderar os 1,2 bilhão
de católicos do mundo.
A participação do pontífice na Jornada Mundial da Juventude, evento
internacional criado pelo papa João Paulo 2º e realizada pela Igreja
Católica em uma cidade diferente do mundo a cada dois ou três anos, já
tinha sido comunicada pelo Vaticano. Mas, a parada em Aparecida, apesar
de esperada, foi mencionada por Francisco pela primeira vez.
A assessoria de imprensa do Vaticano informou que, nos próximos dias, a agenda do papa no Brasil deverá ser confirmada.
Mais detalhes sobre a reunião
A conversa com o pontífice, segundo ela, foi "bastante interessante".
"Ele é uma pessoa extremamente carismática e, ao mesmo tempo, com um
grande compromisso com os pobres, o que torna a relação com o Brasil
muito importante para nós, porque o governo brasileiro vem, nos últimos
dez anos, a partir do Lula, focando a questão da superação da pobreza".
Dilma fez questão de dizer que foi a primeira pessoa a ser recebida pelo
papa após a inauguração de seu pontificado.
O pontífice entregou à presidente um livro com a síntese das discussões
da conferência de bispos latino-americanos realizada em Aparecida em
2007. Na ocasião, Francisco foi um dos responsáveis por preparar o
documento final.
No encontro, o papa comentou ainda que ficou muito comovido com a tragédia em Santa Maria (RS)--onde
um incêndio em uma boate matou mais de 240 pessoas-- e deu um conselho a
ela, recomendando que, nessas situações, demonstre "força e ternura".
"Ele disse: 'Acho que a gente tem na vida que demonstrar força e ternura
e, em Santa Maria, o Brasil demonstrou força e ternura'. E eu fiquei
muito agradecida".
O combate ao crack também foi discutido. Dilma disse que Francisco
ressaltou que é fundamental, para o combate às drogas, reforçar valores e
princípios. "Conversamos sobre a questão das drogas e do crack, o
reforço de valores, princípios e símbolos para a juventude", destacou
ela.
Ao descrever detalhes sobre a reunião às portas fechadas com o
religioso para os jornalistas, a presidente fez uma brincadeira e disse
que o "papa é argentino, mas Deus é brasileiro".
A presidente brasileira já havia se encontrado por alguns segundos com o
pontífice ontem (19), após a missa inaugural do papado de Francisco,
realizada na basílica de São Pedro, no Vaticano. Na ocasião, ela
aparentemente teria dito ser um prazer ter um papa que se dedique aos
pobres.
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